As cidades irmãs de Juazeiro e Petrolina ficam no meio do sertão, às margens do rio São Francisco, na divisa entre Bahia e Pernambuco. Turisticamente, não tem grandes atrativos, mas valem a visita para quem estiver de passagem pela região. Estivemos no local a caminho do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Petrolina foi, até pouco tempo, o aeroporto mais próximo da cidade de São Raimundo Nonato.
Petrolina e Juazeiro são cidades com grande influência regional desde a primeira metade do século 20, quando os vapores dominavam o transporte, fazendo a linha até Pirapora/MG. Com o declínio da navegação fluvial, a região investiu pesado no agronegócio e hoje é um grande polo produtor de frutas e vinho. Nas redondezas, há muitas plantações de uva, coco, banana, goiaba e manga, muita manga.
Um dos principais passeios é a visita às vinícolas locais. Algumas grandes marcas nacionais tem filiais no vale do São Francisco. Nos finais de semana, o Vapor do Vinho faz passeios pelo rio, com parada na Barragem de Sobradinho e degustação de vinhos, brandy e espumantes na vinícola Miolo.
Na orla de Petrolina, há um calçadão com ciclovia e alguns restaurantes. Uma ponte faz a ligação entre Juazeiro e Petrolina, mas barcos de linha são muito utilizados pelos pedestres. Para o turista, a travessia de barco é pitoresca e muito mais agradável.
Em Petrolina, o pequeno Museu do Sertão exibe fósseis, objetos e muitas fotos contando a história da cidade. Uma casinha montada com peças originais retrata o interior de uma habitação típica do sertão e há uma seção sobre o cangaço. Apesar de não ser tão completa quanto o Museu do Cangaço da cidade de Piranhas/AL, ajuda a entender um pouco esse episódio da história brasileira. O pessoal do museu é bem simpático e um dos colaboradores, apaixonado pelo tema, poderá enriquecer muito a visita com histórias de Lampião e seu bando.
Em Juazeiro, o Museu Regional do São Francisco funciona em um lindo casarão do início do século passado e tem no acervo mobiliário de época e peças remanescentes dos vapores da Viação Baiana do São Francisco.
Espalhadas nas duas cidades, ainda se pode observar algumas construções típicas da arquitetura regional no início do século 20.
Quem estiver com tempo e disposição, pode visitar a represa da Hidrelétrica de Sobradinho. Há uma estrada que sai de Petrolina beirando o rio, com chácaras e restaurantes com terraços panorâmicos.
O principal artesanato da região são as carrancas, tradicionais nos barcos do São Francisco. Para conhecer, visite as oficinas da Ana das Carrancas e do Mestre Quincas.
Um dos pilares da culinária local é a carne de bode. Há, inclusive, um local chamado bodódromo, que concentra restaurantes da cozinha regional. Bode assado e bode guisado são as especialidades e vem acompanhados de macaxeira e baião de dois. A carne de carneiro também é um destaque e dá para experimentar kafta, linguiça e outras iguarias preparadas com ela. Para quem tem medo de ousar, tem picanha argentina também. Claro que não sou eu que vou dispensar pratos típicos para comer carne argentina no meio do sertão 😉
Restaurantes que eu gostei: