quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Petrolina e Juazeiro

As cidades irmãs de Juazeiro e Petrolina ficam no meio do sertão, às margens do rio São Francisco, na divisa entre Bahia e Pernambuco. Turisticamente, não tem grandes atrativos, mas valem a visita para quem estiver de passagem pela região. Estivemos no local a caminho do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Petrolina foi, até pouco tempo, o aeroporto mais próximo da cidade de São Raimundo Nonato.


Petrolina e Juazeiro são cidades com grande influência regional desde a primeira metade do século 20, quando os vapores dominavam o transporte, fazendo a linha até Pirapora/MG. Com o declínio da navegação fluvial, a região investiu pesado no agronegócio e hoje é um grande polo produtor de frutas e vinho. Nas redondezas, há muitas plantações de uva, coco, banana, goiaba e manga, muita manga.


Um dos principais passeios é a visita às vinícolas locais. Algumas grandes marcas nacionais tem filiais no vale do São Francisco. Nos finais de semana, o Vapor do Vinho faz passeios pelo rio, com  parada na Barragem de Sobradinho e degustação de vinhos, brandy e espumantes na vinícola Miolo.


Na orla de Petrolina, há um calçadão com ciclovia e alguns restaurantes. Uma ponte faz a ligação entre Juazeiro e Petrolina, mas barcos de linha são muito utilizados pelos pedestres. Para o turista, a travessia de barco é pitoresca e muito mais agradável.


Em Petrolina, o pequeno Museu do Sertão exibe fósseis, objetos e muitas fotos contando a história da cidade. Uma casinha montada com peças originais retrata o interior de uma habitação típica do sertão e há uma seção sobre o cangaço. Apesar de não ser tão completa quanto o Museu do Cangaço da cidade de Piranhas/AL, ajuda a entender um pouco esse episódio da história brasileira. O pessoal do museu é bem simpático e um dos colaboradores, apaixonado pelo tema, poderá enriquecer muito a visita com histórias de Lampião e seu bando.


Em Juazeiro, o Museu Regional do São Francisco funciona em um lindo casarão do início do século passado e tem no acervo mobiliário de época e peças remanescentes dos vapores da Viação Baiana do São Francisco.


Espalhadas nas duas cidades, ainda se pode observar algumas construções típicas da arquitetura regional no início do século 20.


Quem estiver com tempo e disposição, pode visitar a represa da Hidrelétrica de Sobradinho. Há uma estrada que sai de Petrolina beirando o rio, com chácaras e restaurantes com terraços panorâmicos.


O principal artesanato da região são as carrancas, tradicionais nos barcos do São Francisco. Para conhecer, visite as oficinas da Ana das Carrancas e do Mestre Quincas.


Um dos pilares da culinária local é a carne de bode. Há, inclusive, um local chamado bodódromo, que concentra restaurantes da cozinha regional. Bode assado e bode guisado são as especialidades e vem acompanhados de macaxeira e baião de dois. A carne de carneiro também é um destaque e dá para experimentar kafta, linguiça e outras iguarias preparadas com ela. Para quem tem medo de ousar, tem picanha argentina também. Claro que não sou eu que vou dispensar pratos típicos para comer carne argentina no meio do sertão 😉


Restaurantes que eu gostei:

sexta-feira, 19 de maio de 2017

EUA - Sudeste

Com praias selvagens a leste e as montanhas Blue Ridge a oeste, a Carolina do Norte foi uma das 13 colônias que deram origem aos EUA. O estado se destaca pela produção de tabaco, e as plantações e os barracões de secagem de fumo compõem a paisagem rural.
A capital, Raleigh, abriga vários museus estaduais. Os de maior projeção são o de história e o de arte.


Carolina do Sul

O distrito histórico de Charleston é encantador, com arquitetura colonial bem preservada e palmeiras ao longo das ruas. A palmeira (denominada Palmetto) é tão representativa da Carolina do Sul que figura na bandeira do estado.  As residências características da cidades são perpendiculares às ruas e com grandes varandas ao redor. Muitas mansões são abertas à visitação e possuem belos jardins; algumas conservam móveis de época.
Também vale dar uma olhada no Old City Market e nas plantations, propriedades rurais nos arredores da cidade que floresceram com o cultivo de arroz, fumo e anileiras.


A Carolina do Sul foi o primeiro estado sulista a se declarar independente da União. Logo depois, o primeiro tiro da Guerra de Secessão foi disparado no Fort Sumter. Atualmente, um centro de visitantes no ponto de embarque do passeio de barco que conduz ao forte conta a história da primeira batalha da guerra civil.


Tennessee

Localizada no cantinho do Tennessee, na divisa com o Mississipi e o Arkansas, Memphis é considerada a encruzilhada musical dos EUA.


Como berço do rock'n roll, a cidade se tornou sinônimo de música. Na Beale Street, uma sucessão de boates e restaurantes, ouve-se boa música a qualquer hora do dia. O Rock n' Soul Museum, com uma trilha sonora incrível, explica a mescla de blues e country que resultou no rock'n roll, apresenta gravações e filmes da época e expõe instrumentos, trajes e jukeboxes. Do outro lado da rua, fica a fábrica de guitarras Gibson. Os mais entusiasmados com o tema, podem, ainda, visitar os estúdios das gravadoras Stax Records e Sun.


Graceland é um espetáculo à parte. Apesar do preço dos ingressos e das filas, a visita à mansão de Elvis Presley vale muito a pena. A mostra interativa dá uma boa ideia da vida e da obra do artista que foi considerado o rei do rock.


A cidade também ficou conhecida por ter sido o cenário do assassinato de Martin Luther King Jr, no Lorraine Motel, em 1968. O local foi transformado no National Civil Rights Museum e o quarto em cuja sacada o líder foi alvejado está exatamente como era no dia do crime.


Nashville, por sua vez, é a capital da country music. Ao longo da Broadway Avenue há casas de shows, cafés, bares e lojas de botas.


Nas proximidades fica o Ryman Auditorium, considerado o templo sagrado da musica country. Deste local foi transmitido, por mais de 30 anos, o programa de rádio a mais tempo no ar, no mundo: Grand Oly Opry.


O Great Smoky Mountains National Park recebeu este nome pelo nevoeiro que se prende ao cume destas montanhas, onde estão alguns dos picos mais altos do leste do pais. Tem flora variada e muitos animais, além de cachoeiras e trilhas.


Georgia

James Oglethorpe, o general inglês que fundou a Georgia e a cidade de Savannah, projetou uma rede urbana salpicada de pequenas praças que, na época, se destinavam a deter os invasores. Ainda hoje, o projeto se mantém, mas as praças são jardins, com estátuas, bancos e fontes.
As ruas sombreadas do bairro histórico propiciam agradáveis passeios entre estes parques e as graciosas casas da cidade, algumas transformadas em museus. Quem não estiver disposto a caminhar pode optar pelos passeios guiados, em carruagens ou bondes.


Na margem do rio há um calçadão animado com uma série de lojas de souvenirs e doces (uma perdição!), bares e restaurantes de frutos do mar (a melhor comida da viagem foi aqui!).
O City Market é outro ponto animado de artes e diversões em prédios históricos.


A capital do estado é Atlanta, cidade cosmopolita que é sede de várias empresas multinacionais. A mais famosa delas talvez seja a Coca-Cola, que, inclusive, mantém um museu sobre sua história.


O local já era importante na época da guerra civil, quando foi alvo do general Sherman. Uma versão romanceada do incêndio que sofreu foi narrada na obra "E o vento levou", de Margareth Mitchell, cuja residência foi transformada em museu.


No bairro de Sweet Auburn está o Martin Luther King Jr. National Historic Site, que conserva o casa onde nasceu o ganhador do Prêmio Nobel da Paz e a Ebenezer Baptist Church, igreja em que foi pastor, assim como seu pai. No exterior, fica a cripta de King e de sua esposa.


O Atlanta History Center tem duas casas e um museu muito bem montado, com várias mostras interessantes. As casas são exemplos contrastantes da vida urbana e rural. Swan House é uma residência elegante de antes da grande depressão de 1929 e a Tullie Smith Farm é uma casa de fazenda típica do século 19.


Símbolo da Geórgia, os pêssegos estão presentes em toda parte e são deliciosos. Em Atlanta, a fruta está no nome de várias ruas, prédios, parques e lojas. Saindo da cidade, a Peach Blossom Trail passa por várias pequenas cidades e atravessa campos de cultivo.


Restaurantes:

Boar's Head, em Savannah.
Linda vista do rio, com serviço atencioso e comida muito boa. Recomendo os pratos de camarão. Experimentamos quatro deles e todos agradaram.


King's Palace Café, em Memphis.
Este tradicional restaurante na Bealer Street tem excelentes apresentações musicais e oferece boa comida cajun. Gumbo e crab cake foram os meus preferidos. Também tem boas costelinhas de porco.


Pappadeaux Seafood Kitchen, em Atlanta (Norcross)
Restaurante de rede, grande e bem decorado, com cardápio variado e muito interessante, As porções são enormes e a comida, saborosa. A Cheesecake de pralines é um escândalo de gostosa.

Veja aqui mais fotos do Sudeste dos Estados Unidos.

Outras regiões?