sábado, 7 de julho de 2012

Santiago - que saudade!

Este post está para ser escrito há um tempão, mas eu ficava ocupada etc etc e até hoje não saiu.
Daí que LH resolveu ir para o Chile agora em julho e me pediu indicações e palpites. Em função disso, resolvi que era inadiável postar aqui e dei um jeito de arrumar um tempinho.

Sinto muitas saudades de Santiago. Já faz um tempo. Na verdade, desde que voltei. E curioso que era uma cidade que eu não curtia antes de passar 9 meses morando lá.
De que eu gostava? De que sinto saudades?
Pensei em refletir sobre isso e daí escrever.
Claro que o melhor de tudo mesmo era  a vida que eu levava lá. Como tirei licença do trabalho, tinha bastante tempo para fazer as coisas que gostava e estava a fim. Mais tempo para viver e realmente aproveitar. Curtir cada deslocamento a pé para as aulas, acompanhar as mudanças da cidade em função das estações, descobrir cenários escondidos, observar as pessoas no metrô ou nas praças, ir à feira com calma, passear com os hospédes... Definitivamente serei muito feliz na aposentadoria.
Além disso, éramos só nós. Mais nenhuma familia, amigo ou vínculo antigo. Isso teve um aspecto muito bom na minha vida: nos aproximou ainda mais e nos obrigou a ver melhor tanto os defeitos como as qualidades do outro. Valeu a pena viver sem grandes interferências e compromissos sociais. É uma liberdade incrível e me mostrou uma dimensão nova da vida.
Isso posto, vamos a Santiago!


A cordilheira é a coisa mais linda. Que moldura para uma cidade!
Santiago fica em um vale ao lado da Cordilheira dos Andes, o que garante uma vista magnífica.


Infelizmente, é também o principal fator para a tão falada poluição - ou smog. Os Andes formam uma barreira da qual as emissões não conseguem escapar e, como o clima é seco, não há chuva suficiente para limpar o ar. Felizmente, há muitas áreas verdes e é fácil dar uma escapada para as montanhas ou para além delas.


Entre o que há de melhor no Chile merece destaque Neruda e suas casas, uma das quais fica em Santiago. E no sopé da cordilheira. Além dessa, há uma na beira-mar em Isla Negra e outra no alto das ladeiras de Valparaiso. É tudo tão fascinante que vou dedicar um post exclusivo.

A Plaza de Armas é um passeio obrigatório. Lá estão a Catedral, o prédio do Correo Central, a Prefeitura e o Museu Histórico. Os prédios são bem bonitos e tem ruas boas para compras em volta. Nos fins de semana tem uma feirinha muito legal. O museu é bacana para quem gosta de história - conta a história do Chile.


O Museu de Arte Pré-Colombiana fica bem perto da Praça de Armas. Muito legal, é o melhor museu do Chile. Mas só para quem gosta deste tipo de coisa, sob pena de morrer de tédio.
Ainda nas redondezas está o Edifício do ex-Congresso Nacional. É um prédio bonito, só para olhar mesmo. No centro há muitos edifícios históricos, como os do Tribunal de Justiça e do Banco Central.


Quase todos os hotéis tem um mapinha com isso marcado, dá para fazer tudo a pé. Por garantia, tem metrô na praça de armas, no palácio La Moneda, no Mercado Municipal... Recomendo que este passeio pelo centro seja feito no final de semana, quando o trânsito estará mais tranquilo e tudo mais vazio. Consequentemente, mais fotogênico. E ainda tem a feirinha... Só não vai dar para fazer câmbio e compras... A melhor rua para trocar dinheiro é a Agustinas, onde fica o Teatro Municipal. Bonitão! Em frente tem um prédio legal também, de alguma coisa da Força Aérea Chilena.


Os Paseos Ahumada e Huéfanos (metrô Plaza de Armas) são ruas de pedestres com bom comércio os famosos cafes con piernas, que são cafés onde as garçonetes usam roupas curtas. Tem uns que são baixaria mesmo, mas esses tem vidros que não deixam ver lá dentro e não permitem a entrada de mulheres. Os normais, porém, são só uma mulheres com minissaia servindo, atrás de um balcão com uma espécie de tablado, para que fiquem um pouquinho mais altas do que quem está do lado de fora. Aceitam a presença de mulheres e da rua se vê lá dentro. Nestas ruas há um que outro restaurante decente para comer, mas o forte do Chile não é a comida. E o café é horrível. A melhor opção costuma ser os da máquina da Nescafé.

La Moneda é o palácio de governo, que foi bombardeado no golpe militar e onde suicidou-se o presidente Allende. Fica na Av. Libertador Bernardo O'Higgins (mais conhecida como Alameda), que é referência para tudo em Santiago. Embaixo, na praça, tem um centro cultural bacana, com exposições. cineclube, café e uma loja linda de artesanato (Fundación Artesanías de Chile). Tem uma praça atrás também, onde fica a Intendencia e uma estátua do Allende.


Do outro lado da Alameda fica a Igreja de São Francisco. Tem um museu de arte sacra, mas, para mim, é um programa bem bobinho. De toda forma, vai passar na porta para ir ao bairro Paris/Londres. Este bairro, na verdade, são duas ruas perpendiculares, onde há vários hotéis. Super bonitinho. Na rua Londres fica o prédio onde "sumiam" os presos políticos na ditadura Pinochet. Dá para ver na calçada pedras com o nome de todos eles. Eu acho um passeio bem legal.


Na Alameda tem o prédio da Universidad de Chile, que é bonitão. Do lado dela, fica a rua San Diego, que é só de livrarias e sebos. Se interessar...
Depois, ainda na Alameda, fica a Biblioteca Nacional e o Cerro Santa Lucia, que é o local da fundação da cidade. Dá para subir a pé ou de carro. Do outro lado do cerro fica o Bairro Bellas Artes, cheio de cafés e ótimas livrarias. Na rua José Vitorino Lastarria (altura do cruzamento com Merced) tem uma charmosa feirinha de antiguidades nos fins de semana,  uma graciosa praça chamada Mulato Gil de Castro e o Museu de Artes Visuais, além de lojinhas interessantes, com muitos artigos de decoração e presentes, e um excelente café.
É um dos meus lugares preferidos em Santiago!


Seguindo daí para o lado do rio Mapocho, que é o contrário da Alameda, estão o Parque Forestal, o Museo de Bellas Artes e o Museo de Arte Contemporaneo. O parque nada mais é que um grande jardim na beira do rio e os museus são fraquinhos, mas o prédio é legal. Ficou estragado depois do terremoto de 2010, mas acho que já está restaurado. No final do Parque Forestal fica a Praça Baquedano, que é onde acontecem as manifestações e comemorações populares, como na copa do mundo. A partir desta praça a Alameda dá lugar à Av. Providencia.


Atravessando o rio aí na Baquedano, fica o prédio da Faculdade de Direito da Universidade do Chile, que é o reduto da galera mais contestadora do planeta. A Universidade Católica é mais burguesa e conservadora.
É aí o bairro Bellavista, cheio de restaurantes e de lojas de jóias em lápis-lazuli, pedra típica do Chile. Tem algumas coisas bem bonitas. Também é o bairro dos bares, teatros e boates. Melhor lugar para sair à noite.


Tem um shopping pequeno, basicamente de lazer e com algumas lojas, que se chama Patio Bellavista. Tem bons restaurantes e é bastante agradável. Vale a pena.


Se seguir daí, pela rua Pio Nono, vai encontrar duas atrações excelentes de Santiago: La Chascona (a casa de Neruda) e Cerro San Cristóbal. No alto desse monte está a melhor vista de Santiago e das montanhas. Evite subir aos domingos e escolha um dia claro, para ver muito. Se a cidade estiver há muito tempo sem chuva, pode ser que a névoa de fuligem atrapalhe um pouco. 
Não dá para subir a pé, mas tem bondinho e funicular. Só o funicular sai desta entrada. O bondinho sai da Providencia, próximo à estação Manoel Montt. Na subida do Cerro fica o Zoológico. Imagino que as crianças vão curtir, ainda mais que tem uns animais bem diferentes, como pinguins, chinchilas, vicuñas...


Providencia e Las Condes são os melhores bairros de Santiago. Extremamente residenciais não tem muito para ver, mas na Av. Providencia, entre as estações Los Leones e El Golf, há excelente comércio e é um bom passeio. É onde fica a única agência do Banco do Brasil. Na estação Tobalaba fica a maravilhosa pizzaria Pizza Sí, para mim a melhor de Santis. Em toda a avenida há bons restaurantes. Sanhatan é uma esquina que eles juram que é Manhatan, mas sinceramente... sem chance. Fica a 3 quadras da estação Tobalaba, sentido Las Condes.

Em Las Condes fica o melhor e maior shopping: Parque Arauco. Tem cinemark, vários restaurantes muito bons, muitas lojas de marca, sapatos, cosméticos e eletrônicos. Tem também os dois magazines onde dá para comprar tudo em Santiago e com os melhores preços: Paris e Falabella. Tem roupa, artigos esportivos, coisas de casa, perfumes (neste caso o preço do freeshop ainda é melhor). Uma ótima loja é a Casa e Ideas, com artigos de casa criativos.


Ainda sobre compras: na rua Irrarazabal (maio ou menos na altura do cruzamento com a rua Suécia) tem outlet da Nike e da Adidas. Não são peças com defeito, só não são os lançamentos.

O Museo Interativo Mirador é ótimo para as crianças. Meio contra mão, é melhor ir de táxi. Mas dá para ir de metrô até a estação Mirador e, de lá, tomar o táxi. Vale mesmo a pena. Olhe o site.
A Quinta Normal é um grande parque com alguns museus: ferroviário, de ciência, de história natural. São fraquinhos e andavam bem abandonados, nada que valesse a pena.

Antes que eu esqueça, nos semáforos eles vendem ótimos chocolates :) O melhor é o SahneNuss, da Nestlé. Hiper cremoso e com amêndoas inteiras, é o sétimo céu. Se tiver preconceito com chocolate de semáforo, compre no mercado mesmo. Vale a pena experimentar. De verdade. Também da Nestlé, também gostoso e também vendido nos semáforos, te o Super 8. É parecido com o bis, só que grandão.

O Mercado Municipal fica lá perto do rio Mapocho, perto da Plaza de Armas. Lugar típico para conhecer e comer frutos do mar. Fica uma briga danada dos garçons para levar os clientes para o seu restaurante e logo sabem quem é brasileiro e daí sempre conhecem alguém que é daqui, ou eles mesmos são, e claro, da sua cidade. Enfim, uma chatice e o maior golpe. Há vários restaurantes, mas o melhor é o Donde Augusto. O melhor prato é centolla, que é um caranguejo gigante de águas geladas. Muito bom mesmo. Você pode e deve barganhar o preço antes de sentar, mas vale pagar a mais para comer no restaurante melhor. Com a barganha eles não abaixam muito o preço, mas oferecem umas cortesias: pisco sour, empanadas ou uma entrada. O arroz em todo o Chile é bem ruinzinho. O puré de batatas costuma ser melhor opção.


Empanadas são um pastel assado. A mais tradicional é a de carne moída com cebola (chamada pino), mas tem de camarão, mariscos, tudo. Costumam ser muito boas. Às vezes aparecem fritas também. É prato super típico chileno.
E pastel lá é a nossa torta. Pasteleria é lugar onde vendem tortas, tanto doces como salgadas. Doce de leite chama-se manjar e está presente por toda parte. Costuma ser muito bom também.
Voltando ao mercado e aos frutos do mar, são mariscos muito bons: machas, choros ou choritos, camarones ou gambas e locos. Piure é uma coisa horrível, nem experimente. O salmão é ótimo. O congrio também é um peixe maravilhosos, que mereceu até uma ode de Neruda. Um prato bom é o chupe (tipo de torta ou escondidinho) de mariscos. Machas a parmesana também é ótimo.

Para quem gosta de visitas a vinícolas, recomendo a Cousiño Macul, que é dentro de Santiago e muito bacana. A Concha y Toro também é em Santiago, mas muito sem graça... Dá para ir de metrô/taxi ou ônibus para as duas. No caminho de Viña del Mar e Valparaiso tem várias outras, como a Undurraga, Santa Rita, Veramonte e Casas del Bosque. Todas elas cobram pelo tour (em torno de 15 dólares), que inclui a taça (de vidro) e a degustação de uns 3 tipos de vinho. Não fiquem com vergonha e peçam para repetir. Os vinhos que eles vendem lá, exceto os muito exclusivos, são todos encontrados nos supermercados com preços bem melhores.


As estações de esqui de Farellones, Valle Nevado, El Colorado e La Parva são todas muito próximas de Santiago e umas das outras. Se já tiver nevado na cordilheira, vale a pena passar o dia por lá, nem que seja só para passear. Para quem realmente gosta de esquiar, vale a pena hospedar-se já na estação e evitar o deslocamento diário. Valle Nevado tem estrutura de resort. Mas para quem o foco da viagem é o esqui, vale a pena afastar-se um pouco mais de Santiago e ir a Chillán ou Pucón. 


Valparaiso e Viña del Mar são cidades de praia, mas não dá praia NUNCA... Brincadeirinha. No verão é possível nadar com alguns pinguins. No inverno é impossível ficar mais de uma hora na praia, e só se estiver agasalhado. É muito frio e o vento é inclemente. Mas não deixe de fazer o passeio, porque é muito bonito. Você faz logo o combo, os dois são bem pertinho um do outro. Ficam a uma hora e meia de Santiago e eu recomendo começar por Valparaiso, que é muito mais legal.
Localizada no alto dos morros, é cheia de funiculares e elevadores (tipo o Lacerda, de Salvador) e maravilhosas vistas. Esses ascensores são o símbolo da cidade, assim como as casas coloridas com revestimento de umas chapas de zinco ondulado que consta que era o material dos containers do porto.


Também é um excelente lugar para comer. Acho que um dos melhores de todo o Chile. O delicioso Confieso que he comido (rua Rudolph) fica bem pertinho da casa de Neruda.  Eu ia muito ao Le Filou de Montpellier (rua Almirante Montt), no Cerro Alegre. Lá há vários, um pertinho do outro, e vale a pena dar uma volta na área, olhar os menus do dia e escolher. É bastante comum no Chile o menu a preço fixo, com entrada + prato + sobremesa. Vale bastante a pena.


Valparaiso é fervilhante culturalmente, ao contrário de Viña, que é um grande balneário, meio burguesona e bastante "aburrida". Não deixe de visitar os Cerros Concepción e Alegre. E a casa de Neruda lá, que se chama La Sebastiana. Ao nível do mar, há a Praça Sotomayor, onde fica um monumento aos heróis da guerra do pacífico, o prédio da aduana e uma feirinha de artesanato bem mais ou menos e com preços mais altos que em Santiago. Também tem o Congresso, mas é feinho demais. Então se não der, não faz a menor falta. Na verdade, a parte baixa é meio derrubada. O mais legal mesmo são a casa de Neruda e os passeios com mirantes lá no alto dos morros. A cidade esbanja charme, com as casas tombadas pela Unesco,  grafites, galerias, mirantes, restaurantes e lojas descoladas...


Em Viña del Mar (dá para ir só depois do almoço) tem uma avenida à beira mar que é bacana (e tem uma feirinha de artesanato também, melhor que a de Valparaiso mas sem grandes novidades em relação a Santiago), um relógio de flores, o cassino, uns museus meio fuleiros e uma quinta, onde é realizado o "famoso" festival de música. Tem também o hotel onde foi filmado Missing - Desaparecido, filme bem antigo por sinal.


Isla Negra é o passeio mais imperdível de todos, com a fantástica Casa de Neruda, na beira de um mar lindo! Fica a uns 100 km ao sul de Valparaiso mas não dá para conhecer os dois no mesmo dia. Vale pegar um dia só para ela, almoçar por lá... Só não coma no restaurante do museu. Experimente o La Cava del Pablo, logo ali do lado.
No caminho de volta também tem a cidadezinha de Pomaire, que é ótima de almoçar. Ambiente bem campesino, só tem lojas de artigos em barro, típico da cidade, e restaurantes que servem empanadas de meio quilo, carnes assadas e outros quitutes. O mais famoso é o La Greda, mas é tudo parecido...


Informações práticas:
Nem todos os hotéis tem wi-fi grátis, mas dá para aproveitar a dos cafés. Você pode ficar a vida inteira lá sentado, mesmo pedindo só um café.
O metrô é excelente, dá para ir para todo lado dentro da cidade. Para locais um pouco fora, tipo as vinícolas, dá para combinar metrô e ônibus, sem trauma. O taxi não é muito caro, mas como em todo lugar é bom ficar ligado para o cara não dar muitas voltas. Se encontrar um taxista legal pode valer a pena negociar passeios de dia inteiro, como Valparaiso e Viña, vinícolas ou Isla Negra, que podem sair mais baratos do que os passeios de van das agências de turismo. É bom já saber o preço nas agências para barganhar na hora de negociar e ver se realmente é bom negócio. Alugar um carro para fazer estes passeios mais distantes também vale a pena. Lembrando que para subir a Farellones no inverno é preciso colocar correntes nos pneus e isso consome um pouquinho de tempo. Mas na estrada, no local adequado, já tem os profissionais que fazem tudo. Você só paga. Se preferir, a Skitotal tem vans regulares para as estações de esqui.
O preço do combustível é liberado por lá, então há grande diferença de valores entre os postos.
A Costanera é uma via expressa que circunda a cidade de Santiago. Por ela é possível, por exemplo, sair do aeroporto e ir para as estações de esqui sem entrar na cidade. Para ir ao aeroporto e ao litoral (Valparaiso, Viña del mar e Isla Negra), Pega-se a Costanera direção oeste. Para as estações de esqui, pegar a Costanera direção leste e ao final, seguir as placas indicativas. Não há que se preocupar pois é muito bem sinalizada. o importante é saber o número da saída/entrada mais próxima do seu hotel. Eles podem te informar no próprio hotel ou com o motorista (taxi ou transfer) que te levar do aeroporto para lá. Ele certamente vai pela Costanera e a saída que ele pegar para o hotel é a mesma que você vai pegar sempre. Pergunte na hora e já se situe. A propósito do percurso aeroporto/cidade, há vans regulares que te deixam no hotel. Procure os guichês no aeroporto ou consulte a  Turtransfer (fone: 2-677 3600) e a Transvip (fone: 2-677 3000). A Tur-Bus oferece ônibus executivos.
Segurança não é um problema. A cidade é muito segura e dá para andar à noite de boa, inclusive de metrô. Não há assaltos ou sequestros. O risco é só de batedores de carteira, nos locais mais movimentados. Brasileiro tem mania de achar que saiu do Brasil então pode se descuidar, mas não é assim. Nada de deixar bolsa pendurada em cadeira de restaurante ou coisas assim.

É inevitável ir às compras, certo?
O preço de muitos produtos é ótimo por lá. Roupas, inclusive de marca, artigos esportivos, coisas de casa, cosméticos, vinhos, eletrônicos. Notebook nem pensar porque o teclado é em espanhol. Vinhos são sempre mais baratos nos supermercados, que são excelentes. E o Concha y Toro, muito cultuado no Brasil, não é o que se pode achar de melhor na mesma faixa de preço. O melhor shopping, como já disse, é o Parque Arauco. Tem de tudo e a preços muito compensadores. Dê uma olhada nos magazines Falabella e Paris e na loja Casa e Ideas. As marcas de grife ficam na rua Alonso de Córdoba e na Avenida Nova Costanera.
O melhor câmbio é na rua Agustinas, no centro, perto de La Moneda e do Paseo Ahumada. No aeroporto, no Valle Nevado e em Viña del Mar são os piores do mundo.

Vamos comer?
A comida peruana é excelente e muito comum em Santiago. Gosto especialmente de um que chama Mochica, na esquina das ruas Manuel Montt e Francisco Bilbao - Providencia. É super simples mas a comida é ótima. No chiquérrimo Astrid e Gastón a comida também é muito boa, mas o preço é bem mais alto.
Tem um russo delicioso na Av. Rancagua - Providencia. Dá até para comer caviar de salmão. O nome, se não me engano, é Oliver.
Também gosto MUITO do francês Le Bistrot, no Patio del Sol (rua Santa Magdalena - Providencia).
Tchê Guris é o que há de mais próximo de uma churrascaria como conhecemos, mas eu não iria lá com tantas possibilidade típicas e morando num país com churrascarias de verdade. Se precisar realmente de muita carne no sistema sanguíneo, opte por uma parrilla argentina.
Sorvetes ótimos no Emporio La Rosa ou na Coppelia. Ambas tem várias lojas.
O restaurante Bali Hai oferece jantar com shows de danças típicas. Fica na rua Cristóbal Colon. É um programa bem de turista mas vale a pena. Mostra o folclore e a cultura das diversas regiões do Chile, do altiplano andino até a ilha de Pascua.
A rua La Concepción, em Bellavista, tem muitos restaurantes interessantes. Alguns com o ambiente melhor que a comida e outros totalmente ao contrário. Ficam lá os badalados Aqui esta CocoComo Agua para Chocolate, o simpatico Galindo e o Azul Profundo, com ótimos frutos do mar. Ainda na Bellavista fica o El Toro (rua Loreto), com bons pratos e decoração surreal. No Patio Bellavista há várias opções e é um lugar muitíssimo agradável. Meus preferidos são o Le Fournil e o Barandiaran, que tem uma filial na Providencia (rua Manuel Montt).
O Liguria serve comida variada e tem três endereços na Providencia. A filial da rua Luis Thayer Ojeda é do ladinho de onde eu morava. Tem também sanduíches legais, inclusive com pão marraqueta, que é típico do Chile e uma delícia.
O Coquinaria fica um pouco mais distante (rua Isidora Goyenechea - Las Condes) mas a proposta é bem bacana.
As pizzas da Pizza Sí (rua Tobalaba - Providencia) são ótimas, assim como da as do Tiramisu (rua Isidora Goyenechea - Las Condes).
No Parque Arauco há um "Boulevard del Parque", com muitos restaurantes e lanchonetes, ótimo para um final de tarde. Eu gostava de lanchar no Crepes e Waffles, mas porque alucino com waffles.
Provavelmente alguém vai falar para você ir aos restaurantes do BordeRío, lá em Vitacura, mas já está tudo muito batido e é bem naquele estilo pega-turista. Só se for mesmo por badalação...

Ah sim, antes que me esqueça. A preparação a lo pobre da carne é super típica chilena. O filé vem com um ou dois ovos fritos e acompanhado de batatas fritas e deliciosas cebolas derretidas na manteiga. Quando bem feito... é demais.
Também é costume comer abacate com pão e com todo o resto também, mas sem o tempero da guacamole. Está em toda parte: pizza, sushi, cachorro quente... Se não se entusiasmar com a ideia, lembre-se de pedir tudo sin palta.
No ramo das sobremesas, vale experimentar alguma preparação com lúcuma (uma fruta típica dos Andes) e  a torta Tres Leches é uma delícia garantida.

Hotéis:
Santiago tem muitos hotéis bons e alguns de luxo.
O mais importante a considerar é a localização e o café da manhã, que não é bem o forte da hotelaria chilena.
As melhores opções para ficar são o Bairro da Providencia ou o início de Las Condes (que ainda tem metrô). O Centro tem áreas boas e áreas horríveis.
Tem o Ritz-Carlton, que imagino ótimo. Mas, por motivos óbvios, nunca me hospedou.
O motivo óbvio não é o preço. É porque eu morava lá... kkkkkkkkkk
O Lastarria Boutique Hotel é fantástico, mas acho que meio carinho.
Se for mais gente, eu recomendo um apart que tem apartamento com 1, 2 ou 3 quartos: Alessandria El Bosque. Fica do lado de uma estação de metrô (com mais de uma linha), o preço costumava ser bom e o café da manhã, bem honesto. Sempre que não tinha lugar em casa para mais hóspedes, encaminhava para lá. 
O Holiday Inn Express El Golf é praticamente vizinho do prédio onde morávamos e não oferece surpresas. Mantém o padrão da rede. Talvez seja o melhor custo/benefício para um casal.
Boa aparência externa e excelente localização: Hotel Orly, Hotel Neruda, Le Reve Hotel Boutique e Eurotel Providencia.

Atualização em 18 de julho de 2012:
Soube hoje, pelo LH que acabou de voltar de Santiago, que o Alessandria El Bosque está super derrubado, com colchões e roupas de cama e banho bem gastos. Que dó!
Ele me deu notícia também de mais um ou dois aparts na mesma região, por um custo adicional de 50 US$ a noite. Vou ver com ele depois os nomes direitinho e coloco aqui para vocês.
Também fui informada que a Pizza Sí fechou, o que é uma lástima.
E inauguraram o shopping Costanera Center, na Providencia - estação Tobalaba. É o maior da América Latina, mas eu ainda não conheço.