quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Amsterdã

Em 2012, passei 24 horas em Amsterdã (leia aqui). Foi tempo suficiente para despertar a vontade de conhecê-la e desfrutar mais dos seus encantos. Agora, em 2014, voltei (em meio a uma grande volta pela Holanda que você pode ler aqui) e me apaixonei.


O que era a Amsterdã medieval se divide em duas áreas: Oude Zidje, à leste, e Nieuwe Zidje, à oeste. Além delas, temos a área do Grachtengordel - o anel de canais - e o bairro dos museus.


A Museumplein tem uma bela esplanada ajardinada e um lago que, no inverno, se converte em ringue de patinação. Ao seu redor, estão três das principais atrações de Amsterdam, O Rijksmuseum fica em um esplêndido edifício neogótico do século 19 e tem um acervo de arte holandesa inigualável, com destaque para as obras de Vermeer, Rembrandt e Jan Steen. A organização das peças mescla pinturas com outros objetos do acervo, como porcelana, mobiliário e casas de boneca. O Museu Van Gogh abriga a maior coleção de obras do artista holandês, incluindo vários auto-retratos e trabalhos famosos como Os Girassóis. O Stedelijk não é muito grande, mas tem obras de Mondrian, Malevitch e Marc Chagall. Nos arredores estão, ainda, o Voldenpark e o Filmmuseum, que tem uma sala para onde foi transferido o interior art déco do primeiro cinema da capital.


O lado oeste da Amsterdam medieval chamava-se lado novo - Nieuwe Ziedje. O interessante Amsterdams Historisch Museum situa-se em um orfanato antigo e conta a história da cidade. Ao lado do museu, o lindo Beginhof - pátio fechado e arborizado que abriga duas igrejas e a casa mais antiga da cidade, ainda de madeira. Para ir do museu ao Dam, o caminho natural é a animada rua comercial Karverstraat. Ao redor do Dam, a prefeitura "Koninklijk Palais", as igrejas San Nicolaaskerk e Nieuwe Kerk e o Madame Tussauds Scenerama.


No lado velho - Oude Zidje - ficam o bairro universitário e o Red Light District, famoso pelas prostitutas na vitrine. A região é bastante movimentada e no meio de sexshops, casas de shows eróticos, coffeeshops e pubs, estão os belos prédios da Oude Kerk (a igreja mais antiga) e do Waag e três bons museus.


O Hermitage Amsterdam é uma extensão do Museu Hermitage de São Petersburgo e apresenta exposições temporárias da rica coleção do museu original. No momento (abril de 2014), a exposição é sobre as expedições russas que buscavam tesouros perdidos na rota da seda. São pinturas, tecidos, esculturas e objetos incríveis, oriundos das diversas civilizações da Ásia Central.


Na casa onde viveu o pintor Rembrandt, um audioguia conduz os visitantes pelos cômodos mobiliados e decorados com obras do artista. Destacam-se o estúdio e a cozinha.


O Joods Historisch Museum é composto por quatro sinagogas dos séculos 17 e 18 e, usando arte e artefatos religiosos, conta a história do Judaísmo nos Países Baixos.


A pouco mais de um quilômetro de distância, ficam o Nemo (museu de ciência e tecnologia) e o Nederlands Sheepcaart Museum, a grande surpresa da viagem. No prédio do antigo arsenal da marinha holandesa, este bem montado museu aborda o tema náutico de forma lúdica e interativa. A exposição do 2º andar da ala leste é especialmente cativante.


A região do Anel de Canais e do Jordaan é, para mim, a mais bonita de Amsterdã. Em meio ao cenário de ruas arborizadas, pontes e casas elegantes, estão cafés, antiquários, lojinhas descoladas...


É possível conhecer o interior de uma luxuosa casa de canal do século 18 no Museu Willet-Holthuysen. Também é aberta à visitação a casa onde a menina Anne Frank e sua família ficaram escondidas durante a ocupação alemã na 2ª Guerra. Mas, atenção: a fila é muito grande e demora demais em razão do número limitado de visitantes por vez. Só fique se tiver tempo suficiente para ficar mais de duas horas na fila ou se tiver mesmo muito interesse. Quem não leu o livro e não conhece a história nem precisa perder seu tempo. Aproveite para fazer um passeio de barco pelos canais, especialmente se o dia estiver bonito.


E aqui uma dica para quem gosta de museus. Se pretende visitar pelo menos cinco museus na cidade ou em qualquer outro lugar da Holanda, compre o MuseumCard. Ele dá acesso ilimitado à maioria dos museus do país e o custo é de E$ 55.


Quer saber o que se come na Holanda? Veja aqui.

Fica a dica de um restaurante espetacular  para comer frutos do mar: O The Seafood Bar, no bairro dos museus. A comida é ótima e a seleção de frutos do mar "Seafood Bar" vale cada centavo. Deixe para comer fish and chips em algum restaurante mais básico e aproveite as delícias locais.


Veja aqui mais fotos de Amsterdã.

Saiba mais sobre a Holanda:
Região Oeste da Holanda
Koningsdag, ou Dia do Rei
Região Sul da Holanda
Sabores da Holanda

domingo, 22 de junho de 2014

Itália: Ligúria

Espremida entre o Mediterrâneo e as montanhas cobertas de vinhedos, a riviera italiana tem belas paisagens e sabores marcantes. A base da cozinha são os peixes e frutos do mar, as ervas aromáticas são usadas em abundância e o azeite de oliva da região é um dos melhores do mundo. De todas as massas preparadas com frutos do mar que experimentei na Itália, as melhores são as desta região. Imbatíveis!


As ruínas de um castelo e uma bela ponte de pedra sobre o rio Nervia dominam a paisagem do antigo burgo de Dolceacqua, produtor do famoso vinho tinto de Rossese.


O centro medieval de Cervo é um encanto, com vielas incrustadas nas rochas que sobem das praias de cascalho.


Albenga era um porto romano que, depois da Idade Média, com o afastamento do mar, perdeu a importância. Mantém sua arquitetura românica e abriga o Museo Navale Romano.


Em Toirano, as grandes atrações são as cavernas que guardam relíquias do Paleolítico. O passeio guiado pelaas Grotte di Toirano dura cerca de uma hora e revela pegadas do homem de Cromagnon e ossos e dentes de ursos, além de belas estalagmites e estalactites.


O glorioso passado de Gênova, terra de Cristóvão Colombo e Andrea Doria, contrasta com o tumulto e a sujeira atuais. O trânsito é caótico, faltam sinalização nas ruas e locais para estacionar. Seu aquário é reconhecido como o melhor da Europa e centro abriga palácios e igrejas. Mas, definitivamente, Gênova não é o local para conhecer as belezas da Ligúria. Quem quer desfrutar do encanto da região deve seguir para os balneários costeiros.


San Remo e Portofino são mais conhecidos e sofisticados, Villavenere e La Spezia são menores e mantêm a tradição da costa liguriana de casinhas pitadas em tons que vão do amarelo ao ocre. A grande joia da região, porém, é o Parque Nacional de Cinque Terre.


Como o próprio nome diz, trata-se da área compreendida por cinco vilarejos (Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare) interligados por uma trilha denominada Sendero Azzurro. As paisagens são deslumbrantes: mar verde e transparente, costa rochosa e pequenas vilas coloridas no alto dos penhascos. Um show!



Sugestões de hospedagem e alimentação:

Em Dolceacqua:
B e B Agapantus - Muito charmoso, amplo e bem localizado. Limpíssimo e com preço excelente.
Restaurante I Gumbi "Da U Zena" - Vale pedir o menu completo e experimentar várias delícias locais.


Em Riomaggiore:
Trattoria La Lampara - Ótimas massas e frutos do mar. O spaghetti al cartoccio é divino. Vale experimentar a torta de nozes.


Em Vernazza:
Trattoria da Sandro - Ambiente simples e comida deliciosa.



Veja aqui mais fotos da Ligúria.

E para mais sobre a Itália:

Itália: Marche
Itália: Emília Romana
Itália: Nápoles e Campanha